Foto de jovem ao volante, com celular no ouvido e passando batão.
Idosos provocam menos acidentes
De Daniela Cabral e Rafaella Aires,
postado por Lourival S. Bortolin
Engana-se quem pensa que idosos não são bons motoristas. Dados do
departamento de trânsito de Goiás (Detran-GO), mostram que de 13.800 acidentes
ocorridos em Goiânia de janeiro a maio desse ano, somente 105 deles foram
provocados por condutores acima de 55 anos. Um número pequeno comparado as
8.199 carteiras de habilitação (CNH) emitidas a pessoas com mais de 65 anos
pelo Detran-Go, no mesmo período da pesquisa.
Rêmio Jacome é instrutor de auto-escola a 11 anos e discorda daqueles
que falam que pessoas mais velhas não podem dirigir. “ Tive dois alunos com
mais de 60 anos e eles são muito educados no trânsito”, afirma.
Segundo o instrutor, a principal dificuldade encontrada pelos
“velhinhos” é a falta de educação dos jovens nas ruas. “Eles querem calma,
estão em uma fase da vida onde a correria e o estresse fazem mal a eles”,
assegura. Rêmio diz que os senhores que o procuraram queriam tirar a primeira
CNH, pois não queriam depender dos filhos.
Foi o que aconteceu com Alípio Ferreira. Cansado de depender dos outros
para ir ao médico e ao mercado, o senhor de 85 anos resolveu entrar numa
auto-escola e ir em busca da sua independência. “Na minha época, ninguém tirava
carteira, nem carro tinha direito”, brinca. Esse ano o aposentado completa 20
anos de CNH e comemora. “Hoje quase não dirijo, mas quando quero ir a algum
lugar não preciso de ajuda”, conta.
População
Uma pesquisa recente do Instituto brasileiro de geografia e estatística
(IBGE) constatou que no Brasil existem atualmente 8,5 milhões de idosos, na
qual a população é de 186,6 milhões de habitantes. Números que segundo o
instituto vão dobrar em 2020, onde uma em cada treze pessoas terão mais de 70
anos.
De acordo com o código brasileiro de trânsito, pessoas com mais de 65
anos devem fazer exame de saúde a cada três anos para renovar a carteira de
habilitação.
Segundo a geriatra Luíza Helena os idosos podem e devem conduzir um
veículo. “Se a pessoa pode dirigir ou não, não é muito uma questão de
idade, mas sim de saúde”, afirma a médica que diz ainda que os “velhinhos”
geralmente apresentam um bom desempenho ao volante.
Gercino Borges, 60 anos, é motorista há 40 anos e reclama do
trânsito em Goiânia. “Sou caminhoneiro e rodo todo o país, mas aqui o povo é
mal educado, não sabe dar seta”, desabafa o caminhoneiro que se considera um
bom motorista. “Nunca bati o carro e olha que dirijo ha muito tempo”, comemora.
Mais
Na hora de levar as crianças
para a escola ou para casa, pode ser mais seguro que os avós – e não os pais –
estejam na direção. Ao menos é o que indica uma pesquisa divulgada nesta
segunda-feira pelo Hospital de Filadélfia, nos Estados Unidos.
Segundo a pesquisa, realizada
em parceria com uma empresa de seguros americana, o risco de uma criança sair
gravemente ferida de um acidente cai para a metade quando o carro está sendo
dirigido pelos avós da criança, se comparado a quando os pais estão no volante.
O estudo analisou acidentes
envolvendo 11 mil crianças e adolescentes menores de 16 anos, entre os anos de
2009 e 2013. A análise mostrou que, quando os avós estavam guiando o carro,
apenas 6% dos acidentes resultaram em ferimentos graves para a criança. Fica
claro que eles tiveram mais cuidado com as crianças. “Talvez os avós fiquem
mais nervoso com a tarefa de conduzir a “preciosa carga” – seus netos – e
estabelecem critérios de condução mais cautelosos para compensar esse desafio”,
diz o estudo.
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