sexta-feira, 18 de setembro de 2020

O SIMPLES E O ÓBVIO PRECISAM SER DITOS


Que tempos são estes, em que temos que defender o óbvio?

Essa é uma frase atribuída ao dramaturgo e poeta alemão Bertolt Brecht e expressa uma atualidade sem precedentes.

A comunicação está no cerne da nossa existência, e precisamos utiliza-la da melhor maneira para viabilizar nossa vivência como sociedade.
Vemos que a Bíblia apresenta a importância de se dizer o simples e o óbvio.
O Apóstolo Paulo quando escrevia aos Coríntios disse que ele havia sido enviado por Cristo para pregar o evangelho, e isso não com palavras de sabedoria humana, para que a cruz de Cristo não fosse esvaziada (1 Coríntios 1.17).

O que ele estava dizendo é que a mensagem principal (o evangelho) jamais deve ser ofuscada por questões secundárias, como vaidosas demonstrações de eloquência do orador ou sua pretensa sabedoria. Ela precisa ser anunciada de uma maneira pura e simples.
Em 1940, Winston Churchill era nomeado como primeiro-ministro britânico, numa época em que o regime nazista avançava pela Europa, tomando territórios, e a conquista da Inglaterra era uma questão de tempo.

Churchill era muito conhecido por sua grande capacidade de clareza na sua comunicação e certa vez, em um de seus discursos acerca de como derrotaria o exército nazista, três dias após a sua nomeação para o cargo de primeiro-ministro, ele disse: “Vocês perguntarão, qual é o nosso objetivo? Eu responderei com uma só palavra: vitória, vitória a qualquer custo, vitória a despeito de todo o terror, vitória por mais longa e difícil que seja a estrada; pois sem a vitória, não há salvação”.

Esses exemplos demonstram que a grandeza de se dizer o simples e o óbvio de uma forma clara não está nas palavras rebuscadas, nem no extrangeirismo exagerado, tampouco na falta de firmeza dos posicionamentos - três aspectos muito comuns nos discursos de hoje em dia de políticos, religiosos e líderes empresariais.

Antes, o simples e óbvio precisa ser dito com clareza e objetividade!
Em tempos de “cultura do cancelamento” muitas pessoas estão com medo de dizerem o que pensam e serem execradas virtual e/ou pessoalmente por suas opiniões. Mas é preciso resgatar a perspectiva de que nossas convicções e valores precisam ser externados de alguma forma: isso é o cerne da liberdade de expressão e da manifestação de pensamento.

Lógico que a liberdade de expressão não contempla o discurso de ódio. Esse sim, deve ser totalmente rechaçado.

Porém, as nossas crenças, valores e visão de mundo não podem ser censurados numa democracia. Como disse o filósofo inglês G. K. Chesterton, “chegará o dia em que teremos que provar ao mundo que a grama é verde”, e parece que chegamos neste dia.

Portanto, que sejamos mais ainda simples e objetivos nas nossas declarações a respeito daquilo que cremos, pois o óbvio também precisa ser dito!

Raphael Vilela
Rafael Durand

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