domingo, 13 de agosto de 2017

Recente caso de botulismo em MS acende alerta para os cuidados com a alimentação do rebanho. Toxina mata por asfixia


Publicado em 11/08/2017 16:21 e atualizado em 12/08/2017 17:13
 

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Botulismo não é contagioso e não representa nenhum risco para saúde de rebanhos vizinhos ou seres humanos. Mas os animais que morrem em função da intoxicação não podem ser consumidos
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Nesta semana, foram divulgadas, de forma generalizada, imagens de mais de 1000 cabeças de gado mortas no Mato Grosso do Sul, o que trouxe à tona a discussão sobre o botulismo, provável causa das mortes.
Pedro Paulo Pires, veterinário patologista da Embrapa Gado de Corte, destaca que o botulismo é uma intoxicação que é causada quando o animal come algum alimento que contém toxinas geradas pela bactéria Clostridium botulinum. Não há contaminação de um animal para o outro e não compromete rebanhos vizinhos ou seres humanos.
Pires salienta para a necessidade de "cuidar para que isso não aconteça", já que o homem é responsável pela alimentação destes animais. Essa bactéria fica no solo e causa toxinas na alimentação quando ocorre de uma matéria orgânica estar em decomposição na ausência de oxigênio. Assim, a silagem produzida para a alimentação dos animais corre este risco - e não permitir que essa silagem entre em decomposição é uma das formas de prevenção da doença.
Antes de oferecer ração aos animais, os produtores devem tomar como imprescindível a vacinação do rebanho contra a doença, que deve ser feita em duas fases: no dia 0, antes de entrar no confinamento e 40 dias depois.
Os sintomas de um animal contaminado pela toxina podem variar de acordo com a quantidade de toxina ingerida. É preciso observar se o animal apresenta sintomas como falta de coordenação motora e dificuldade de levantar. Caso haja a suspeita da intoxicação, pode ser aplicado um soro hiperimune, que atua tal qual o soro antiofídico.
O veterinário observa que, hoje em dia, uma condição como a que ocorreu no Mato Grosso do Sul é rara. "O cuidado e o conhecimento da doença facilitam para que não tenhamos mais casos como este", alerta.

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