A tarifa de energia elétrica deverá ficar mais cara para o
consumidor no primeiro mês de 2015, disse nesta quinta-feira (18) o presidente
da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee),
Nelson Fonseca Leite. A medida faz parte do sistema de bandeiras tarifárias,
que repassa mensalmente os custos das distribuidoras com o uso de termelétricas
e que entra em vigor a partir de janeiro próximo.
"Nessa previsão, a bandeira já chega vermelha porque os
reservatórios das hidrelétricas ainda estão em processo de enchimento",
falou. A bandeira vermelha significa que os custos com geração de energia estão
mais altos, por isso haverá um acréscimo de R$ 3 para cada 100 killowats-hora
consumidos.
No entanto, o sistema não deverá significar um custo extra
para os consumidores, porque atualmente os gastos que as distribuidoras têm com
a compra de energia de termelétricas já são incluídos nas tarifas de energia,
só que isso é feito anualmente.
Fonseca disse ainda que as distribuidoras devem apresentar à
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) os pedidos de revisão
extraordinárias de tarifas na primeira semana de janeiro de 2015, por causa dos
gastos extras que elas tiveram com a compra de energia de termelétricas em
2014. "Em reunião, a Aneel se comprometeu a analisar os pedidos de revisão
[das empresas] já na primeira semana do ano que vem, e calcular os valores
individualmente", concluiu.
A cobrança pelo sistema de bandeiras tarifárias vai ser
dividida por subsistemas, o que quer dizer que os consumidores de estados do
Sul podem pagar um valor diferente daqueles que moram mais ao Norte do país. No
entanto, a bandeira aplicada mensalmente será a mesma para todos os
consumidores de um mesmo subsistema. Ou seja, ainda que uma pessoa de
determinada região economize mais que as outras do mesmo subsistema, o valor
cobrado será igual.
"Como vai ser avaliada a capacidade de produção daquele
determinado subsistema, as bandeiras serão iguais para os moradores daquela
região. Além disso, pode ser que no Sul do país a geração de energia
hidrelétrica seja maior que no Norte, o que não resulta em uma mesma cobrança
para todo o país naquele mês", esclareceu Fonseca.
A medida, segundo ele, pode ser chamada de realismo
tarifário, "porque permite ao consumidor um uso mais eficaz e consciente
da energia, já que ele vai ter noção da situação dos reservatórios [de
água]".
Agência Brasil
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