quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Após 20 dias, integrantes do 'Sem Teto' desocupam terreno em Rosana

Cerca de 300 famílias do movimento cumpriram reintegração de posse.
Um dos locais invadidos está localizado próximo ao aeroporto de Primavera.

Cerca de 300 famílias do movimento urbano “Sem Teto” cumpriram a reintegração de posse na manhã desta quarta-feira (29), em Rosana. O grupo invadiu três áreas do município há 20 dias. Uma delas está localizada próximo ao aeroporto do distrito de Primavera.

Às sete horas da manhã terminou o prazo para que os integrantes saíssem no local. Os "sem tetos", se reuniram para esperar a chegada de representantes da Justiça e da prefeitura, para assim, receber o comunicado oficial. Cerca de meia hora depois, um oficial foi até o terreno, porém não levou a documentação. Com isso, o grupo se negou a deixar a área.

Após uma hora de espera, o oficial da Justiça retornou ao local acompanhado pela polícia e uma cópia da decisão em mãos. O documento foi lido em voz alta para o grupo. Logo, a desocupação foi concluída por volta do meio-dia.

No terreno do distrito de Rosana, cerca de 130 famílias permaneceram acampadas por aproximadamente duas semanas em barracos improvisados, de acordo com coordenador do movimento, José Iran. “Não ocupamos esta área para fazer bagunça, mas, sim, chamar a atenção das autoridades para conseguirmos uma moradia”, diz Iran.

Apenas o maior terreno foi alvo da reintegração de posse. A Procuradoria-Geral acompanhou todo o processo, já que as terras estão sob o controle da prefeitura. Segundo o procurador César Augusto Pereira, existe a intenção do órgão de destinar o local para fins habitacionais, contudo, ainda existem entraves que dificultam o desenvolvimento de políticas públicas.

“Esse terreno pertence ao Poder Público, no entanto, há um problema burocrático de transferência para o total poder da prefeitura”, explica Pereira.

O movimento pretende, agora, se reunir com o órgão para discutir quais rumos a questão habitacional deve seguir no município. “A procuradoria é favorável ao diálogo, tanto que, prolongamos o prazo para a desocupação da área, porém, a questão da moradia é um assunto crônico que deve ser levado aos órgãos responsáveis”, relata Pereira.

O movimento afirma que mais de 300 famílias seguem ocupando as outras áreas que ainda não foram alvo de ações de reintegração de posse.

G1 Prudente

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