terça-feira, 9 de setembro de 2014

Após autorização judicial, família inicia tratamento com canabidiol

Pais de Julia Sato aguardaram sete meses para liberação de medicamento.
Prudentinos recorreram à substância após assistirem o caso de Anny Fisher.



Após buscar sete meses na Justiça a liberação para o uso de uma medicação que tem como componente o canabidiol – substância proveniente da maconha – a família da prudentina Julia Sato, de 5 anos, conseguiu ter acesso ao tratamento. Todos os dias é preparado uma dosagem com meio mililitro da substância diluída em óleo de coco. O processo burocrático teve início quando o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o uso do remédio, que é proibido no Brasil. Em agosto, foi obtida a autorização para importar o produto.

A procura começou quando os pais da criança assistiram a uma reportagem exibida pelo Fantástico no dia 4 de abril, na qual a família da americana Anny Fisher, que sofria convulsões contínuas enquanto estava acordada, passou a usar o canabidiol e, aos poucos, as crises foram reduzidas.

Após saber do efeito do remédio, a artesã e mãe da Julia, Alessandra Aguiar Sato, passou a lutar judicialmente junto ao seu marido pelo remédio, já que a filha apresenta sintomas semelhantes. Ela conta que foi preciso buscar auxílio em vários lugares, como na Defensoria Pública e Promotoria, além de conseguir a liberação da Anvisa.

“Foi uma caminhada muito longa, porque muitas vezes me diziam que eu não tinha os documentos suficientes. Então, ia na Defensoria, pegava outro papel e, ainda assim, faltavam outros. Tinha que chegar nos locais às 5h para pegar filas e ser atendida. As pessoas sentiam boa vontade em ajudar quando a gente explicava o que estávamos buscando. E, no final, deu certo”, disse Alessandra.

A primeira seringa da medicação precisou ser comprada. Já as demais doses serão pagas pelo Estado. Mesmo com o tratamento no início, o taxista e pai de Julia, Leandro Sato, tem esperanças e acredita que, aos poucos, a filha poderá deixar os aparelhos que utiliza diariamente.

“Essa é a nossa esperança. Vamos fazer nossa filha viver de novo, porque ficar apenas na cama é ruim para ela e para nós. Nosso sonho é poder passear com ela e levá-la para brincar junto com a irmã”, ressaltou Sato.

G1 Prudente

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