Estudantes de medicina protestam contra governo no Centro de Prudente
Objetivo do ato realizado no Calçadão foi chamar a atenção para a atuação no Brasil de médicos formados no exterior
De Gelson Netto, postado por Lourival S. Bortolin
Cerca de 200 pessoas participaram de um protesto na manhã deste sábado (25), no Calçadão do Centro de Presidente Prudente, em repúdio à proposta do Governo Federal de importar médicos estrangeiros para atender no Brasil, sem que se submetam a uma avaliação para comprovar que estão habilitados a uma assistência de qualidade aos pacientes.
A maior parte do grupo era formada por estudantes de medicina da cidade, mas também havia professores e profissionais da área, apoiados por entidades da classe.
“Estamos preocupados com a qualidade dos profissionais que podem vir para o Brasil”, afirmou o estudante Antônio Martins de Almeida Júnior, que cursa o sexto termo de medicina em Prudente.
“Enquanto aqui no Brasil as avaliações do Ministério da Educação exigem um alto nível no padrão de ensino, não sabemos os critérios de formação dos médicos no exterior”, salientou.
Segundo ele, a manifestação deste sábado (25) no calçadão serviu para conscientizar a população de que ela própria pode ficar vulnerável. Os organizadores recolheram assinaturas que serão acrescentadas à mobilização nacional de entidades médicas sobre o assunto.
O objetivo do abaixo-assinado, conforme Almeida, é buscar junto ao Congresso Nacional a elaboração de um projeto de lei para a regulamentação da atuação em território brasileiro de médicos formados no exterior.
“Não somos contra os profissionais formados no exterior, mas queremos que sejam submetidos a uma avaliação rigorosa para que possam atuar no Brasil”, afirmou o estudante.
O Governo Federal pretende estabelecer uma parceria com Cuba para a vinda de seis mil médicos para atuarem no Brasil. A proposta inicial é de que esses profissionais recebam um registro temporário, válido por três anos, e tenham uma bolsa no valor de R$ 8 mil.
Sobre o caso, o governo alega que a medida tem o intuito de enfrentar o déficit de profissionais de medicina no Brasil e que pretende levar os cubanos para trabalhar em cidades carentes do interior onde hoje não há atendimento e nas quais os médicos brasileiros não querem trabalhar.
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