Rosildo
Barcellos
Este é um
daqueles artigos onde deixo o meu silêncio falar. Outros vão dizer : tudo o que
vai volta, mas nem tudo que volta
encontra o que deixou. Acredito que a maldade nunca deveria fazer parte
das identidades dos indivíduos. Os crimes de colarinho branco são muito mais do
que maldades, pois atingem a tantos inermes. O bem, somente o bem é ao mesmo
tempo humano e divino, todavia, em 124 anos nunca tivemos um dezembro tão
republicano, afinal foram 8 anos respeitando todo o devido processo legal, o Estado
brasileiro teve seu sinal inequívoco de deslinde e de conformidade.
Estive esta semana
nas proximidades da penitenciária da “papuda” – Brasília/DF e olhei fixamente
para o local aonde pessoas que buscam sua ressocialização; agora convivem com
outros que padecem de um esmero moral e
do senso ético porque fizeram fortuna as custas dos desassistidos. Evoco o nome
de José Genoíno,deputado licenciado, condenado a 6 anos e 11 meses de prisão
por corrupção ativa e formação de quadrilha, porque foi o primeiro a se
entregar, mas acredito que deverá
cumprir parte da pena em regime semiaberto, haja vista que a segunda
condenação, está embargada e seu julgamento deve ser retomado em 2014 no
Supremo. As palavras de Genoíno, em nota
a imprensa se resumiram a:
“ Com indignação,
cumpro as decisões do STF e reitero que sou inocente, não tendo praticado
nenhum crime. Fui condenado por que estava exercendo a Presidência do PT. Do
que me acusam? Não existem provas. O empréstimo que avalizei foi registrado e
quitado. Fui condenado previamente em uma operação midiática inédita na
história do Brasil. E me julgaram em um processo marcado por injustiças e
desrespeito às regras do Estado Democrático de Direito.Por tudo isso,
considero-me preso político. Aonde for e quando for, defenderei minha
trajetória de luta permanente por um Brasil mais justo, democrático e
soberano."
Particularmente
acredito que a verdade mesmo que em fim último venha a prevalecer, e apesar da
judicialização dos valores brasileiros, existe uma certeza da manutenção dos
procedimentos legais e do debate,que a partir de agora está aberto. A pergunta
que não quer calar: Genoíno é um preso político ou um político preso? A
resposta é do leitor.
*Articulista
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