quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Projeto financiado pela Nasa mapeia doenças nas Américas

Leishmaniose faz parte dos estudos de enorme interesse no Estado de São Paulo, com destaque para Bauru

     Doutores John Malone, Eduardo Zapata e Elivelton Fonseca: estudo para mapear doenças negligenciadas


Cientistas estão elaborando uma base de dados que dê suporte aos serviços de saúde para trabalhar doenças negligenciadas, entre as quais está a leishmaniose. Projeto financiado pela agência norte-americana de Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa) está fazendo o mapeamento das doenças nas Américas.

O Brasil está inserido na proposta trabalhada na Universidade do Estado da Louisiana (LSU), na qual está envolvido o Instituto Adolfo Lutz de São Paulo, Estado que tem enorme interesse no assunto, por causa do aumento da incidência da leishmaniose. Dentre as cidades diretamente envolvidas, Bauru está entre as mais empenhadas.

O Dr. Elivelton da Silva Fonseca, pesquisador vinculado à Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), é um dos brasileiros inseridos no projeto iniciado este ano e com previsão de fechamento em 2020. A produção científica multinacional ocorre em três etapas, iniciada com o levantamento de dados.

A segunda etapa está em andamento com a elaboração do protótipo de um portal para disseminar informações, o que resultará na terceira etapa que será a divulgação dos resultados para uso da comunidade científica das Américas ou de qualquer parte do mundo, também com acesso aberto às pessoas em geral.

Os dados são amplos e possibilitarão múltiplos usos, tais como criar estratégias para os locais onde ocorre a doença; prever áreas de expansão através de variáveis climáticas e ambientais; e criar perfis de risco para mostrar as áreas nas quais ocorre a distribuição estimada do vetor da doença, o mosquito-palha.

Fonseca acaba de retornar de uma estadia de sete meses nos Estados Unidos e conta que o projeto na universidade norte-americana envolve diretamente oito pesquisadores, liderados pelo Dr. John Malone, chefe do laboratório de Tecnologias Geoespaciais, e o diretor para programas interinstitucionais Dr. Hector Zapata.

Pelo Marshal Space Flight Center (MSFC/Nasa) está o pesquisador associado Dr. Jeffrey Luvall. Porém, são vários os parceiros diretos e indiretos, sendo que entre os paulistas estão a Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp).

No interior de São Paulo, o trabalho feito por gestores públicos de Bauru despertou a atenção da Nasa. Luvall esteve na cidade para conhecer as ações do Centro de Controle de Zoonoses, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde, juntamente com parceiros que também produzem pesquisa: USP, Unesp e Adolfo Lutz.

A atuação de Bauru em relação à leishmaniose tem reflexo regional, num raio de pelo menos 150 km, alcançando os 19 municípios de sua circunscrição administrativa, outros dez de Lins e mais dez de Jaú, cidade onde a Unoeste abriu este ano o curso de Medicina. O que é feito em Bauru serve como modelo nacional e internacional.

Conforme Fonseca, o estudo não tem a finalidade de acabar com a doença, mas de contribuir com a redução de casos em relação aos humanos e aos animais, especialmente os cães. “O projeto serve para testar hipóteses de cunho científico e a intenção é contribuir com os serviços de saúde e para novas políticas públicas”, pontuou.

O Adolfo Lutz é comprometido com tais condições e sua atuação no Estado de São Paulo já tem prestado importantes contribuições, as quais poderão ser otimizadas pelo projeto financiado pela Nasa, com o envolvimento do diretor do Centro de Parasitologia, Dr. José Eduardo Tolezano.

O estudo de Fonseca tem vínculo direito com o Pontal do Paranapanema, por atuar no Programa de Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional, mantido pela Unoeste, com o respaldo da coordenadora, Dra. Alba Regina Azevedo Arana, e do pró-reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, Dr. Adilson Eduardo Guelfi.

Nesta sua mais recente estada nos Estados Unidos, Fonseca participou de alguns eventos científicos, com destaque para a Feira de Pesquisa da Universidade do Estado da Louisiana, que foi uma oportunidade de expor o projeto que utiliza dados produzidos pela Nasa, através do satélite de observação da Terra.

Assessoria de Imprensa Unoeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário