Postado
por Leni Barbosa
Produtores jogam leite fora
(Foto: Divulgação / Arquivo pessoal)
Produtores começaram a jogar leite
fora em Mato Grosso do Sul nesta quarta-feira (23). A informação é da maior
empresa de laticínios do estado com sede em Bandeirantes, a 71 km de Campo Grande,
e que conta com 720 produtores cooperados.
“Tem produtor
que jogou 2.500 litros de uma só vez. Não tem jeito, tem que tirar o leite da
vaca, senão o animal fica doente e morre”, disse Renato Gasparini, diretor
comercial do laticínio.
De acordo com o
representante da empresa, o problema está sendo gerado porque os caminhões que
buscam o leite não estão conseguindo chegar nas propriedades rurais. Os tanques
que os produtores possuem conseguem armazenar o produto por máximo 48 horas. A
saída encontrada após esse prazo é dar o leite para os porcos ou jogar fora. A
distribuição do laticínio também está sendo fortemente afetada, a maioria dos
caminhões da empresa não estão saindo para a entrega e outros estão parados nos
bloqueios.
Frigoríficos de
aves, suínos e carne bovina também estão sendo afetados pela manifestação dos
caminhoneiros em Mato Grosso do Sul. A Cooperativa Central Aurora Alimentos,
informou que vai paralisar, nesta quinta (24) e sexta-feira (25), as atividades
de processamento de aves e suínos em 4 estados: Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
A JBS, dona do
maior número de frigoríficos em Mato Grosso do Sul, divulgou uma nota dizendo
que vem monitorando os impactos da greve dos caminhoneiros e está adotando
medidas, o que inclui, a paralisação de algumas unidades de carne bovina, aves
e suínos, em razão da impossibilidade de escoar sua produção.
Na Central de
Abastecimento de Mato Grosso do Sul (Ceasa), cresce a preocupação em relação
aos produtos, isso porque caminhões com frutas e verduras não estão passando
pelos bloqueios nas rodovias. 80% do que é comercializado na Ceasa de MS vem de
outros estados.
“Duas vezes por
semana nós recebemos um grande volume de caminhões, na terça-feira e na sexta,
nessa terça as cargas conseguiram chegar, mas na próxima sexta eu acho difícil,
tem carga parada nas rodovias e outras que nem saíram do local de partida
ainda, a tendência é falta de produtos e alta dos preços” disse Edmilson
Bandeira, diretor administrativo da Ceasa.
Adesões
O movimento dos caminhoneiros ganhou
adesões nesta quarta-feira em Campo Grande. Motoristas de aplicativo aderiram a
manifestação e fizeram uma carreata pelo centro da cidade e um bloqueio em
pontos estratégicos da avenida Eduardo Elias Zahran, no fim desta tarde. De
acordo com a categoria, 60% do valor obtido com o transporte de passageiros é
consumido no pagamento do combustível utilizado pelos carros.
Além dos
motoristas de aplicativo, motociclistas também protestaram pela elevado preço
dos combustíveis. Eles fecharam o cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua
13 de maio por cerca de 1 minuto , nesta quarta.
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