sábado, 28 de fevereiro de 2015

Não foi a primeira vez', diz cadeirante que caiu ao desembarcar de ônibus

Aposentado Alcione Olívio Lopes diz que teve o cotovelo trincado. 
Empresa faz apuração interna para encontrar o que causou incidente


"Não é a primeira vez que vivo problemas assim", conta o cadeirante Alcione Olívio Lopes, de 58 anos, que sofreu uma queda de aproximadamente um metro de altura ao tentar desembarcar de um ônibus da linha São Mateus, em Presidente Prudente, na última quarta-feira (25). O vídeo, gravado por outro passageiro do coletivo, foi divulgado pelo G1 e TV Fronteira nesta sexta-feira (26).

Com o tombo, o aposentado sofreu escoriações leves no rosto e nas mãos, além de ter o cotovelo esquerdo trincado. “Olhando para a imagem é possível ver que a chapa de segurança que devia estar levantada está abaixada, então a cadeira passou direto”, apontou.

O aposentado contou ao G1 que sempre faz seu trajeto sem problemas. Ele subiu no veículo na Rua 12 de Outubro e desceria na Rua Coronel Albino, no Jardim Aviação, “mas o desembarque não foi como o esperado”. “Quando caí, tentei apoiar com as mãos e o peso lesionou o braço”.

Há cerca de três meses, conforme Lopes, ao tentar pegar o mesmo carro e a plataforma apresentou problemas. “O motorista parou o ônibus e quando tentou manusear a plataforma, ela não funcionou”, lembrou.

Porém, está não foi a primeira vez que o cadeirante levou um tombo. Em 2012, ao descer na Praça Matriz com a esposa, a cobradora recolheu a metade da plataforma, “aí 'sumiu' o chão e caímos [Lopes e a esposa]”.

Na primeira situação, nada foi feito. “Deixei passar”, disse o aposentado. Porém, desta segunda vez, Lopes diz que reunirá o boletim do Corpo de Bombeiros e o relatório médico para “tentar alguma reparação por danos morais e até materiais”.
“Estou com mais dor e mais limitado ainda, além de estar mais receoso em usar o transporte. Abusar da sorte não é um bom negócio”, disse.

Desde 2009, o aposentado necessita da cadeira de rodas para se locomover. Porém, a rotina do aposentado é interrompida por dificuldades na mobilidade. Ele até arrisca alguns passos, mas não consegue ultrapassar os 20 metros de caminhada.

Lopes tem feridas nos pés por conta da diabetes, que faz com que os calos surjam e, se forçados, estouram e causam ferimentos, bem como infecções.

Empresa
De acordo com coordenador do Centro de Gerenciamento Operacional (CGO), José Ricardo Góis, o cadeirante foi desembarcar e, neste momento, a trava da plataforma não estava posicionada adequadamente. Por conta disso, ela não suportou o peso e fez com que o usuário caísse em frente a um dos pontos de parada.

“Nós testamos novamente o aparelho que realiza o transporte e não identificamos nenhuma falha. O carro está funcionando normalmente e o que deve ter acontecido é que a cadeira se deslocou antes do previsto”, afirmou o coordenador do CGO.

Sobre a ocorrência anterior, Góis diz não ter conhecimento da situação. "Se soubesse, já teríamos tomado providências. O único caso de problemas com deficientes que lembramos é um que aconteceu há cinco anos", conta.
Ainda conforme a empresa, o deficiente recebeu apoio dos funcionários que trabalhavam no momento do incidente. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para atender a ocorrência.

G1 Prudente

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